A Cerimônia do Adeus

"É a imagem na mente que nos une aos tesouros perdidos, mas é a perda que dá forma à imagem." Colette

sábado, julho 21, 2007

Mudanças...

Quero continuar escrevendo sobre meus pacientes, mas sei que este nome incomodava muitos amigos virtuais que freqüentavam o meu outro blog.
Por isso, mudei o nome e o endereço.
Para aqueles que se interessarem é:http://gnossiennes5.blogspot.com/

Espero por vocês lá!

quinta-feira, junho 07, 2007

Rua Ramalhete

Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes,
O amor anotado em bilhetes,
Daquelas tardes.

No muro do Sacré-Coeur,
De uniforme e olhar de rapina,
Nossos bailes no clube da esquina,
Quanta saudade!

Muito prazer, vamos dançar
Que eu vou falar no seu ouvido
Coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido,
Vamos deixar tudo rolar;
E o som dos Beatles na vitrola.

Será que algum dia eles vêm aí
Cantar as canções que a gente quer ouvir?

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Porque eu estou nostálgica hoje e precisando ouvir música.

segunda-feira, maio 14, 2007

Mais uma partida...

Acabo de voltar de lá. Fui constatar um óbito e fazer o acolhimento da família, que na realidade era a mulher, ou ex. Um senhor muito alto, com uns olhos verdes expressivos e sempre sorridente quando alguém se aproximava de sua cama. A filha vivendo fora do Brasil já há alguns anos esteve aqui para vê-lo no mês passado. Ele ficou feliz, foi uma despedida. Confesso que achei que ele partiria logo em seguida, mas ainda viveu um mês.
Como tudo é relativo...

terça-feira, maio 08, 2007

Médico também fica doente?

Fica. Pior é que fica e se auto-medica...
Pausa para cuidar da minha saúde. Vou ao médico, d´accord?
(Foto: Bruno Abreu)

segunda-feira, abril 16, 2007

Sono...

Quarenta e três anos, mulher, câncer avançado do intestino grosso. Bonita, depois de tantos tratamentos fracassados. Pais idosos, dois filhos jovens, um ex-marido, um namorado. E um medo grande da morte, o que não a deixava dormir. Todas as medicações possíveis foram usadas para ajudá-la, mas nada funcionava. Talvez dormir fosse morrer um pouco. Será que ela pensava isso?
Ficou triste quando um paciente idoso partiu. E, a partir daí começou a pensar mais na sua viagem. Dizia que não podia morrer neste momento, que ainda tinha coisas para fazer.
Foi deitar na véspera daquele dia, apesar de saber que não pegaria no sono, que brigaria novamente com a medicação, mesmo que sem querer. Seu pai era seu cuidador e seguia o pacto do silêncio.
No dia seguinte ele diz que ela finalmente dormiu, por volta das 5 da manhã.
- Estava muito cansada, fazia noites que não pregava os olhos. Agora ela está dormindo como uma pedra, disse-me ele com olhinhos esperançosos.
Fomos vê-la. Sem motivo algum, ela havia desligado o botão. Estava tranqüila, com seus sinais vitais normais, parecia dormir. Entrou em coma e morreu no final daquele dia.
Ninguém acreditou.
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