"É a imagem na mente que nos une aos tesouros perdidos, mas é a perda que dá forma à imagem." Colette

sábado, setembro 16, 2006

Piolim.....















(Foto: Diego Padgurschi/Folha Imagem)

Houve passeata em São Paulo, no centro da cidade, em homenagem ao palhaço Piolim. Ele virou nome de rua.

________________________________
Eu já quis ser palhaço. Estava no quinto ano da faculdade....

terça-feira, setembro 12, 2006

Amoras....

Tem coisa melhor que comer amoras diretamente da árvore? Não precisa nem lavar, tem que pensar que está limpa e acreditar no poder do seu suco gástrico. Pois é, comi um monte lá, enquanto aguardava os familiares de uma paciente que havia partido fazia pouco tempo.
______________________________
Ela foi professora. Talvez uma daquelas professoras enérgicas que não se vê mais nos nossos dias. Mas daquelas que, certamente, a maioria de nós já teve uma igual.
Casou-se, não teve filhos porque viveu para sua profissão. Ou talvez porque não conseguiu tê-los mesmo.....quem poderá dizer?
Daí o tempo passa e, claro, envelhece. E como a maioria dos velhos deste país injusto, adoece. Aparece uma hipertensão aqui, um diabetes ali, artroses....encolhe. Porém, o pior ainda viria: Alzheimer. E saiu de órbita. Dizem...
Mas não dava para acreditar que ela estivesse completamente demenciada, pois quando lhe falávamos baixinho, perto de seu ouvido, lançava um olhar que desmentia tal hipótese. Parecia entender tudo e, mais do que isso, querer falar com a gente.
Saiu de cena, após longos meses naquela cama. Era nossa queridinha, nosso amuleto da sorte...O que será de todos nós agora?

segunda-feira, setembro 11, 2006

O tempo que resta.....


Filme de François Ozon, o segundo de uma provável trilogia sobre a morte. O primeiro, Sous le sable, com Charlotte Rampling, é muito bom......Mas, Le temps qui rest é melhor ainda.
Claro, meio deprê para quem entra desavisado no cinema, como todo filme que toca no assunto finitude. Neste caso, o protagonista jovem descobre ser portador de câncer e ter pouco tempo de vida. Não vai em busca de resgates. Pelo contrário, foge deles.

Confesso que saí do cinema como se tivesse levado um soco no estômago, tamanho desconforto que o filme me causou. Parei para um café, mas não conseguia engolir nada. Só tinha urgênia de correr para bem longe. Mas, para onde?

Embora esteja certa de que minha vida, daqui por diante, será mais dedicada aos cuidados paliativos que à cirurgia, sinto que muitas vezes o tema morte me faz sofrer. Não sei ainda se sofro pelos que foram ou pelos que irão....
_______________________________________
Hoje tivemos música para nossos pacientes. Um quinteto de metais muito bom, cinco saxofones...Todos gostaram, nós mais ainda.
_________________________________________________
Prometi-me ser mais assídua por aqui. Vou cumprir.
Powered By Blogger

Arquivo do blogue